quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Os Elementos da música: Ritmo!

Olá, jovens mentes sedentas de informação e cultura!

Prometi ontem que iria falar sobre os elementos que compõe a música, não importa de qual estilo ou época ela seja. Vou tentar ser breve (o que não consegui fazer ontem, hehe) e conciso, e o mais explicativo possível. Lembrem-se que isto é tudo para um apreciar mais profundo e significante da música.

Elementos que compõe a música:

1. Ritmo
2. Melodia
3. Harmonia

A combinação destes três elementos é o que transforma uma serie de sons e frequencias aleatórias em música. Os 3 elementos são essenciais na maioria dos estilos musicais, porém alguns são essenciais em todos.

O ritmo é o primeiro e mais importante. Simplesmente não existe música sem ritmo. É o elemento mais essencial para a organização dos sons.

A definição de ritmo seria algo assim (parafraseando o Áurelio): Um agrupamento dos valores (de tempo) em um dado espaço temporal. Em português; é basicamente a variação de tempo dos sons. Já que não podemos nos livrar do tempo em si, também nunca estaremos livre do ritmo. É o elemento mais primal da música.

Sabendo disto podemos elaborar um pouco mais sobre o ritmo na música ocidental. Nosso sistema rítmico é baseado na divisão. Isso, pequenos gafanhotos, divisão. Matemática. Sim, e eu que achei que tinha fugido da matemática quando fui estudar música...

De qualquer forma, no sistema ocidental, nós dividimos o tempo em que um som, ou vários sons, se propagam, em várias subdivisões. Por exemplo: cante uma nota qualquer, daí bata seu pé direito no chão repetidamente em intervalos constantes. Você está marcando um tempo. Agora bata o seu pé esquerdo exatamente no meio das batidas do seu pé direito. Agora você está subdividindo este mesmo tempo!

Exemplo esdrúxulo com figurinhas toscas:

Um Som sem marcação do tempo:

------------------------------------>

com a marcação:

------------------------------------->
| | | |

(imagine estes traços verticais como batidas do pé)

com a subdivisão do tempo:

--------------------------------------->
| e | e | e | e


Agora pense que damos números a essas batidas, e que esse som está se repetindo e criando ciclos a cada 4 batidas do pé direito (a marcação!).

----------------------------------------->
1 e 2 e 3 e 4 e


Sim, criamos um ciclo rítmico de 4. Ou seja, depois do último 4 voltamos ao 1, e começamos tudo de novo! Taí. O ciclo rítmico (conhecido na música como compasso) mais usado no ocidente. É assim que organizamos nossos sons no ocidente. Assim como 4, isto pode ser feito com 5, 6, 7, 9, 13. E podemos subdividir ainda mais do que só uma vez.

Sempre que vocês escutarem uma música no rádio, tentem contar o ritmo. Marquem com pés. Identifiquem o ciclo rítmico, o compasso que está sendo usado. Como eu já disse, no Pop/Rock e na maioria da música ocidental, os compassos em 4 são predominantes. Tentem achar por si mesmos os compassos e contar os tempos. Daí vocês vão ver como os sons se encaixam dentro deste ciclo. O mais importante é tentar descobrir aonde a idéia musical se repete. Música é repetição!

No próximo cápitulo desta novela sonora, tentarei adentrar um pouco mais no ritmo, em como aplicar mais a fundo o que expliquei hoje, e talvez, quem sabe, adentrar um pouco nos outros e fantásticos elementos da nossa querida e bela música.

Disco Do Dia:



The Beatles - Let it Be


























Dica: Tentem aplicar as técnicas identificadoras de ritmo neste disco. É bom para começar ;)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Jazz!

Tá, não demorei muito pra me declarar...


A intenção era manter o foco desse blog um pouco afastado do jazz. Na verdade, o foco é mais amplo. Mas não posso falar de música sem mencionar a minha paixão pelo jazz. Na minha opinião, é o gênero de música popular que mais incentiva a criação e criatividade, pois é um estilo calcado no improviso.

Desde os primórdios do jazz, nos pântanos (de New Orleans) e plantações de algodão do sul dos EUA, os intérpretes e instrumentistas improvisavam. O que é isto? Baseados na melodia (uma sucessão de intervalos sonoros organizados) e com base em sua própria criatividade espontânea, os músicos improvisavam algo novo. É o grande diferencial do jazz em relação aos outros estilos de música populares hoje.

Ao passar do tempo o improviso foi sofisticando-se cada vez mais, adquirindo mais fontes, sendo puxado de outros meios. Começou a se basear mais na harmonia do que na melodia, foi empregando cada vez mais motivos, independentes e algumas vezes até aleatórios no contexto musical original. Mas a intenção continua a mesma até hoje, não importa o quão rebuscado o estudo do improviso se tornou (e irei me aprofundar neste quesito em futuros posts), e esta intenção é simplesmente, a criatividade espontânea, vulgo, criar na hora.

O jazz para mim é especial por isso. A improvisação coletiva (um grupo de jazz é uma entidade viva, respirando e reagindo ao músico que está improvisando assim como o seu cérebro reage a estímulos nervosos no seu pé, ou na sua mão, por exemplo) bem praticada é uma explosão de energia, força, sintonia. É uma sensação sem igual.

O único problema está em identificar isso. Nossa cultura musical hoje está muito abalada pela indústria fonográfica, e pelos padrões rígidos que ela impõe á música pop. Tudo tem de ter 3 minutos e meio no máximo, deve haver guitarra, baixo, bateria e voz. Deve-se ter um refrão e dois ou três versos no máximo. E quem sabe uma ponte la no meio. Ah, não vamos nos esquecer que tudo deve ser ALTO. Seu ouvidos precisam zunir depois de ir a um show. E sem esquecer do mais importante. A música deve ser convenientemente de fundo. Ou seja, ela precisa ser blasé o suficiente para você desligar no meio.

O jazz é o oposto disto. É música crítica. É incisiva. Instigante. Não é fácil "viajar" no meio de um disco de jazz moderno. Isso incomoda. Eu sei que incomoda porque já me incomodou muito. Eu também não dava chance ao jazz. Não tinha peso. As música são longas demais! E aqueles solos que nunca acabam? Cadê o vocalista? Pois é. Temos tantas ideias préconcebidas de como precisa ser uma música que nunca paramos para escutar e tentar receber aquilo como o artista quer que recebamos. Como arte. Sem filtros. Sem moderação. Pura.

Vocês provavelmente se assustaram com esse discurso. Perdão. Já estava engasgado em mim a tempos. E se eu não me segurar, escrevo mais 4 parágrafos sobre o assunto... hehe. A verdade é que o jazz é díficil de escutar para o ouvinte casual. Mas isto é só porque o ouvinte casual não dá chance nenhuma a este estilo pois acha não gosta, sem nem ouvir a fundo. E este é outro problema. Ninguém hoje sabe ouvir a fundo. E isto é necessário pra quem escuta jazz. Escutar e ouvir. Com atenção. Tente. Não é para qualquer um, acredite.

No próximo cápitulo deste blog, adentrarei mais na arte de escutar, e tentarei explicar alguns elementos básicos que compôe qualquer obra musical seja ela erudita, jazz, punk, metal, dance ou axé. É interessante o ouvinte saber isso, pois ajudará a dar outro escopo a dita cuja, "arte" de escutar.

Bom, por hoje é só, meus pequenos gafanhotos musicais. Vou, mas deixo com vocês esta recomendação. Escutem-no, a personificação/personagem mais identificável do e com o jazz. Miles Davis. É um começo. Foi o meu.


Disco recomendado:

Miles Davis - Kind of Blue (1959)


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Olá!

Saudações, pequenos gafanhotos! Aqui está o post inicial deste blog que visa a conversação, discussão e compartilhação de tudo que seja música! Qualquer assunto relacionado, interligado ou ramificado dessa matriz será aqui tratado. Espero poder compartilhar meus conhecimentos com vocês, e espero que vocês, assíduos e distintos leitores que são, compartilhem os seus comigo. Afinal, como todos bons usuários da net, sabemos que precisamos fazer uploads, e não só baixar, baixar, baixar ;)

Então sem mais demora, concluo aqui o post inicial, tarefa sempre tenebrosa. Com o tempo elaborarei mais no sentido deste blog, mas por enquanto é só pessoal.

Enjoy!